domingo, 21 de março de 2010


DO APRENDER A LER: REFLEXÕES A PARTIR DO ENCONTRO DO DIA 17 MARÇO DE 2010
Heitor Rocha Gomes
Bom aqui estamos nós...a busca para compreender a nossa identidade profissional nos leva constantemente a refazer nossa trajetória pessoal, percorrer os caminhos e os cenários, re-encontrar com todos aqueles que de uma forma ou de outra nos marcaram, possibilitaram a construção de nossa identidade humana...percorrer os caminhos que nos trouxeram até o presente, gente,pai,mãe,esposas, enamorados, amantes, amigos, crentes, céticos, engajados, sonhadores, realistas PEDAGOGAS....retomar esse caminho nem sempre é fácil, representa dores, prazer, surpresas, descobertas. Desvelar descobrimos que não éramos tão santos...mas também não éramos o contrário, que há muito para se perdoar e muito que se pedir perdão...
Para nós pedagogas(os) da Rede Municipal de Alagoinhas, assim como refletir sobre nossa identidade pedagógica é algo complexo, não é reto e simples o pensar sobre como fomos alfabetizados, esse processo( exige uma análise do contexto da nossa infância e adolescência : quem eram nossos pais, o que faziam para sobreviver, quanto tempo passavam ao nosso lado, eram próximos ou distantes, tinham estudos; onde morávamos,tínhamos livros por perto, ouvíamos música, brincávamos, trabalhamos, éramos ouvidos; nossa escola era acolhedora, nossa professora era carinhosa, atenciosa, rígida, distante, bela, feia, atenta...
Saber como alfabetizar então, significa saber que estamos colaborando diretamente com a construção da identidade do outro e que esse processo pode ser doloroso,prazeroso,trabalhoso,surpreendente...tão ou mais revelador quanto foi para nós... Depois que viajamos, a partir de referências atuais, re-descobrir nosso processo de alfabetização, nós, do alto de nossas sabedorias acadêmicas e empíricas nos perguntamos: O QUE É, O QUE SIGNIFICA ALFABETIZAR? LETRAR É DIFERENTE DE ALFABETIZAR...Concluímos que construir essa resposta, como sempre, exigirá de nós muito mais que buscar referencias de teóricos...muito mais que ler, em meio ao caos diário, os eventos ocorridos na escola...muito mais que buscar os responsáveis por erros e acertos. As viagens as reflexões da manhã do 17 de março nos fizeram entender que temos muita coisa para compartilhar... que precisamos socializar nossas diferenças, nossas crenças,nossos sabores de dissabores. Que precisamos construir um caminho único para as diversas formas de caminhar... Assim ALFABETIZAR no Brasil, no nordeste, na Bahia, em Alagoinhas e naquela escola, daquele bairro, naquela exata(ou inexata) rua, exige um re-pensar do contexto...exige definição e redefinição de estratégias, exige pensar global e agir local(ECO 92, AGENDA 21)...exige que tenhamos posturas políticas, que assumamos um lugar(no qual sejamos reconhecidos)...exige que sejamos éticos, que cuidemos de nossa morada que é a educação...que não deixemos que ela seja cuidada pelos omissos, descrentes,interesseiros de ocasião...

ALAGOINHAS – BA
MARÇO DE 2010

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